BENEFÍCIOS DA INTEGRAÇÃO LAVOURA-PECUÁRIA-FLORESTA (ILPF)

Meio Ambiente e Agricultura - Quarta-feira, 19 de Outubro de 2022


BENEFÍCIOS DA INTEGRAÇÃO LAVOURA-PECUÁRIA-FLORESTA (ILPF)

O que é ILPF?

 

ILPF é a sigla de integração-lavoura-pecuária-floresta. Trata-se de uma estratégia de produção agropecuária que integra diferentes sistemas produtivos, agrícolas, pecuários e florestais dentro de uma mesma área. Pode ser feita em cultivo consorciado, em sucessão ou em rotação, de forma que haja benefício mútuo para todas as atividades.

Esta forma de sistema integrado busca otimizar o uso da terra, elevando os patamares de produtividade em uma mesma área, usando melhor os insumos, diversificando a produção e gerando mais renda e emprego. Tudo isso, de maneira ambientalmente correta, com baixa emissão de gases causadores de efeito estufa ou mesmo com mitigação desses gases.

Diferentes culturas agrícolas, visando alimentação, produção de fibras ou energia podem ser utilizadas na ILPF. Da mesma forma, o componente pecuário pode ser feito com bovinos de corte ou leite, bubalinos, caprinos ovinos e, em alguns casos, até suínos e aves podem compor o sistema. Já em relação as árvores, podem ser usadas espécies para fins madeireiros e não madeireiros, nativas ou exóticas.

Devido a essa grande variedade de culturas, os sistemas ILPF podem ser adaptados para pequenas, médias e grandes propriedades, em todos os biomas brasileiros. As definições sobre as características do sistema adotado dependerão de condições edafoclimáticas da região, logística, relevo, mercado, aptidão do produtor, disponibilidade de mão-de-obra, de assistência técnica, entre outros fatores.

Benefícios da ILPF

Os sistemas ILPF podem trazer diferentes benefícios, tanto nos âmbitos agronômico, zootécnico e silvipastoril, quanto nos lados econômico, social e ambiental.

No que diz respeito ao solo, há maior quantidade de matéria orgânica, maior ciclagem de nutrientes, melhores condições para desenvolvimento de microrganismos, maior infiltração de água, menor perda de umidade e menor risco de erosão.

A lavoura se beneficia da palhada deixada pelo capim e da descompactação do solo feita pelas raízes da forrageira. Ao servirem como barreiras de vento, as árvores reduzem a perda de umidade no solo.

Com raízes mais profundas, a forrageira e as árvores aproveitam insumos utilizados na lavoura e que lixiviaram para camadas mais profundas, além do nitrogênio deixado por leguminosas como a soja e feijão. Com maior disponibilidade de nutrientes, o capim produz mais e com melhor qualidade, beneficiando o desempenho animal.

Em sistemas silvipastoris, as árvores trazem conforto térmico para o gado tanto no calor quanto no frio, quando evitam geadas e protegem do vento.  A diversificação de culturas muda a dinâmica de pragas e doenças e plantas daninhas, favorecendo o manejo do sistema.

Do ponto de vista econômico, a diversificação traz mais segurança para o produtor, mantém o solo em uso durante todo o ano e gera mais empregos no campo.

Se não bastassem todos os benefícios mencionados, os sistemas ILPF são ambientalmente corretos. Ao possibilitarem maior produção em uma mesmo espaço, eles reduzem a pressão pela abertura de novas áreas e pelo desmatamento. Além disso, é um sistema produtivo que ou tem de baixa emissão líquida de gases causadores de efeito estufa, ou que sequestra carbono, contribuindo para reduzir o aquecimento global.

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